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Som

by Persona

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1.
2.
Céu 02:59
3.
Terra 04:45
4.
Fogo 02:11
5.
Água 02:50
6.
Vento 05:50
7.
Lago 05:26
8.
Trovão 00:44
9.
Sol 03:43
10.
Intronautica 02:57

about

Pré-Venda do LP e do jogo em www.nadanadadiscos.com

Persona, o todo.

Exposições, instalações, eventos, bar, centro cultural, estúdio fotográfico, livro, jogo, disco ou um ritual de superação da personalidade de cada um? O que seria o Persona? Seria tudo isso, e também as “viagens intronáuticas”, que vem acompanhando esse conceito há quase 50 anos.

Todos os mistérios ao redor de um dos discos mais intrigantes da música brasileira de pesquisa e experimento estão prestes a ser revelados. Persona – Som, a trilha sonora do jogo Persona - O Jogo das Mutações, será relançada simultaneamente no Brasil e na Europa, pelos selos Black Sweat Records e Discos Nada, que é uma divisão do selo punk Nada Nada Discos, dedicado à música experimental brasileira.

Além da trilha sonora, também será lançada uma edição limitada do jogo. Ou seja, em pleno 2021, você poderá ouvir, jogar, viajar e mergulhar em toda a plenitude do projeto Persona. Confesso que um sentimento de euforia tomou conta dos meus sentidos, pois, apesar de ter o 10 polegadas original na minha coleção, nunca joguei o jogo escutando a trilha, ou seja, nunca pensei que teria a oportunidade de viver essa experiência tantos anos depois.

O Persona, como um todo, foi concebido pelo artista plástico Roberto Campadello, que nasceu na Itália, passou a infância na Venezuela e a juventude no Brasil. Um artista multimídia do mundo, Roberto foi apresentado ao I CHING em Londres. Encantado, começou a traduzi-lo para o português. Mergulhado nessa filosofia, iniciou a criação dos STEPS, desenhos mágicos cujas imagens formam um baralho, que servia como método alternativo de consulta ao I CHING. O próximo passo foi lançar um livro explicando todo esse processo.

Em 1973, ele montou uma instalação na XII Bienal de São Paulo, onde as paredes eram espelhos dourados, semi-reflexivos, representando a divisão, ou o limite, entre o mundo material e o espiritual. A Casa Dourada, como foi batizada, apresentava o seguinte conceito: uma nave espacial “intronáutica”, tendo Campadello como capitão. O I CHING era o computador de bordo e STEPS era o sistema de programação visual. No interior da casa, Roberto ficava esperando as pessoas que iam chegando. Quando alguém perguntava qual a proposta, ele respondia: “Senta e sente.” Assim iniciavam-se as “Viagens Intronáuticas”, ou seja meditações e exercícios de evocação cósmica.

Foi dançando através do espelho que Roberto conheceu a cantora Carmen Flores. Eles se casaram durante a mesma Bienal, e comemoraram em cima da Oca. Carmen relembra aquele momento mágico na vida do casal: “Meu encontro deu-se de forma mágica, lúdica, misteriosa. Num estado de êxtase até que vi do outro lado do espelho o vulto de um homem, cuja imagem confundia-se com a minha, nossos corpos perpassavam-se e iniciamos uma dança de transparências, sem limites espaciais, uma experiência em que nossos corpos se confundiam e ocupavam o mesmo lugar no espaço. Embarquei de corpo e alma e estou nela até hoje, sempre convidando outras pessoas a brincar a usufruir da arte que Roberto nos deu e que vem sendo renovada a cada novo jogador, sempre viva, dinâmica e mutante."

Durante a montagem da Casa Dourada, enquanto os montadores carregavam os espelhos, Roberto percebeu que os rostos deles se misturavam e dai veio a idéia do Persona - O Jogo das Mutações.

No ano seguinte, Roberto, a convite do Sesc Pompéia (ainda em seus primórdios), monta a Casa Dourada em um dos galpões da Rua Clélia. Foi lá que conheceu um ilustre morador da Pompéia, Luis Carlini, na época guitarrista do Tutti Frutti, banda da cantora de rock mais popular do Brasil, Rita Lee. Carlini relembra afetivamente do encontro daquela tarde qualquer de 1974, num misto de nostalgia e alegria: "Cheguei naquele hangar enorme, vazio, e dentro eu vi uma casa de vidro. Me aproximei e lá estava o Roberto, dormindo. Com a minha presença ele acordou, começamos a conversar e aí começa nossa parceria e amizade."

O guitarrista, que vinha experimentando com o LSD desde os primórdios daquela década, estava retornando de sua fase mais lisergica, psicodélica e progressiva: "Eu estava muito envolvido com a cultura hippie e a cena underground vivia um momento bem criativo. Nesse embalo, comecei a misturar sons: linhas melódicas, ruídos, câmara de eco, guitarra, despertador, violão, falas, percussão... Cheguei até a quebrar um vidro, para criar um clima."

Foi assim que Roberto e Carlini passaram para a criação de uma trilha sonora para o jogo Persona, baseada nos oito elementos do I-ching (Monte, Céu, Terra, Fogo, Água, Vento, Lago e Trovão).

Para a gravação, Carlini convocou seus parceiros de Tutti Frutti: o baixista Lee Marcucci e o baterista Franklin Paolillo. Roberto chamou uma trupe de intronautas para participar das gravações, entre eles Carmen, que canta as duas músicas não instrumentais da trilha. Sem nenhum ensaio sequer, entraram no Estúdio Mídia, que era destinado à locução para publicidade, talvez isso explique o clima lo-fi do disco, gravado praticamente de forma artesanal. Lá, registraram um dos trabalhos mais experimentais e misteriosos já lançados no Brasil.
 
Persona - O Jogo das Mutações é composto pelo Espelho Persona, dois apoios, duas velas, instruções e uma trilha sonora exclusiva. Na primeira edição, a trilha vinha em uma fita cassete. A tampa da caixa era uma mandala, formada pela a carta STEPS do Nascimento. Apenas mil cópias foram lançadas dessa primeira edição. A segunda edição saiu com a capa da "mulher gato", um poster contendo as instruções e a trilha sonora prensada em um vinil de 10 polegadas. Com isso, algumas músicas ficaram de fora, meramente por falta de espaço nos sulcos. Ambas as versões são bem raras. Por conta de um problema com a produção dos espelhos, muitos discos ficaram estocados por décadas, até que acabaram sendo comercializados, sem o jogo.

O conceito Persona ainda rendeu outra Bienal, muitas exposições, eventos e um lendário bar/centro cultural no bairro boêmio do Bixiga, na região central de São Paulo. Roberto se foi em 2014 e hoje o Persona compreende dois estúdios fotográficos, um em Visconde de Mauá (RJ) e outro itinerante, dentro de uma Kombi. Esses projetos são tocados pela esposa de Roberto, Carmen, e pelos filhos Amanda, Daniel e Liliana.

Essa é a primeira reedição do disco Persona – Som. O álbum, agora em 12 polegadas, foi remasterizado na Europa a partir das masters originais. Contém, finalmente, duas faixas bônus, antes presentes apenas na primeira versão do jogo, em fita cassete. Essa caprichada reedição vem ainda acompanhada de uma réplica do poster original e de um livreto de 24 páginas repleto de imagens inéditas, memorabilia e recortes de artigos da época, além de textos da família de Roberto e do músico e jornalista Ayrton Mugnaini.

Como escreve Ayrton no encarte, Campadello percebia múltiplas dimensões em seus trabalhos. Ouvindo o disco, hoje, é possível visualizar e escutar muitas dessas dimensões, a cada nova audição. Este é o cerne do projeto Persona, um mundo infinito e eterno de possibilidades e sensações.

Bento Araujo


Compras no atacado: info@nadanadadiscos.com

Isso é uma pré-venda, os jogos serão enviados na segunda semana de junho de 2021.

Its a split release with Black Sweat Records from Italy, if you live overseas, please, contact then:
www.blacksweatrecords.com

credits

released May 11, 2021

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Discos Nada São Paulo, Brazil

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